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Esporotricose: o gato não é o culpado!

Tem circulado algumas notícias no mínimo “tendenciosas” e ao indicar que o gato é o transmissor da doença esporotricose, sendo que ele, assim como nós, também é uma vítima.

Publicada em 03/03/24 às 09:35h - 60 visualizações

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Esporotricose: o gato não é o culpado!
 (Foto: Face Tv Brasil)

A esporotricose é uma zoonose, que afeta seres humanos e diversas espécies de animais domésticos e silvestres. Causada por um fungo chamado Sporothrix schenckii. Ele normalmente entra na pele através de cortes ou perfurações de material vegetal contaminado, a infecção geralmente resulta em lesões, mas pode potencialmente se espalhar para outras partes do corpo.

Segundo Lívia Melo, médica veterinária, pós graduanda em dermatologia e alergologia e proprietária do pet shop Cia da Ração e Clínica Veterinária São José de Ribamar é fundamental esclarecer que os gatos não são os responsáveis por essa condição, mas sim, vítimas. Afinal, ela está no ambiente e pode ser transmitida diretamente.

“O gato não é o vilão, todos os animais estão suscetíveis a esse fungo. O contágio é direto, ou seja, ocorre quando se entra em contato com a ferida da pele. Os gatos são infectados quando entram em contato com o fungo no ambiente e, em seguida, podem transmitir a infecção para outros gatos ou até mesmo para humanos através de arranhões ou mordidas. Além da arranhadura ou mordedura de animais doentes, a infecção pode ocorrer também pelo contato do fungo com a pele ou mucosa, por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas”, esclarece Lívia.

A importância de entender isso é para evitar o abandono ou a má compreensão dos gatos infectados. Eles precisam de tratamento médico e não representam um risco significativo se forem cuidados de forma adequada. A esporotricose é uma doença tratável, tanto em gatos quanto em humanos.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico em felinos é feito mediante avaliação veterinária e exames de citologia ou biópsia das lesões. “Nos gatos, as manifestações clínicas da esporotricose são variadas podendo incluir: lesões cutâneas; dor e coceira; secreção nasal e ocular; letargia e perda de apetite. Os primeiros sintomas podem aparecer em até duas semanas, varia conforme o animal”, explica Lívia. 

De acordo com a profissional, é essencial ser feito o isolamento do animal para evitar a transmissão. O tratamento nos felinos pode durar alguns meses. “Vai depender do estágio da doença. No mínimo uns 90 dias. O profissional vai avaliar e recomendar o fármaco mais adequado, geralmente o mais indicado é o itraconazol e o iodeto de potássio via oral e pomada de uso tópico”, destaca.

A médica veterinária afirma que a esporotricose tem cura. O tratamento envolve o uso de antifúngicos que devem ser prescritos por um médico veterinário. É importante seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação completa.

“O tratamento da esporotricose em gatos requer medicamentos antifúngicos prescritos por um médico veterinário. Deixar feridas sem tratamento pode levar a complicações. Se suspeitar de esporotricose em um gato, imediatamente procure um profissional para obter orientações adequadas sobre o tratamento e cuidados necessários. Para determinar se um gato está curado, é importante realizar exames clínicos e laboratoriais, como culturas para verificar a ausência do fungo causador da esporotricose. O acompanhamento veterinário é crucial para garantir a eficácia do tratamento e confirmar a cura do mesmo”, pontua Lívia. 

Prevenção e Controle 

Algumas medidas importantes são:
- Mantenha os gatos com esporotricose dentro de casa e longe de outros gatos para evitar mais transmissão.  
- Castre seu animal de estimação.
- Toda e qualquer manipulação de animais doentes pelos seus donos e veterinários deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). 
- Além disso, animais com suspeita da doença não devem ser abandonados.

“Assim como outras doenças, a prevenção inclui medidas de higiene, cuidado com feridas e proteção dos gatos, mas a demonização, maus- tratos, abandono ou sacrifício desses animais não são a resposta”, conclui a médica veterinária Lívia Melo .






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